Redes sociais voltadas para o universo gamer se expandem e ganham o mercado digital
Por João Vitor Castro
O Brasil está entre os países que mais utilizam a internet no mundo, sendo considerado por um estudo com dados da Hootsuite e da WeAreSocial como o terceiro que mais acessa redes sociais. E entre as redes que mais têm crescido nos últimos anos estão o Discord e a Twitch, que surgiram suprindo demandas do universo gamer, mas passaram por grandes transformações desde o início da pandemia de Covid-19 e hoje têm usuários dos mais variados perfis utilizando sua plataforma ou consumindo os conteúdos
Criado em 2015, o Discord se apresenta como um serviço de comunicação por voz, vídeo e texto cujo objetivo inicial era ligar pessoas em uma conversa virtual para jogarem games online. Nele, os usuários podem criar múltiplos servidores, além de ter disponíveis diversos recursos inovadores, como bots.
“Quando algum amigo me chama para jogar online com mais pessoas, entramos num canal do Discord, porque além da personalização, tem como colocar, por exemplo, um robô de música. Então se queremos jogar ouvindo música, colocamos um bot e ele vai passando enquanto você está jogando. Você não precisa parar e botar uma playlist, ele coloca um link e vai passando as músicas. O Discord tem várias funcionalidades a mais do que, por exemplo, o Skype e o Google Meet”, conta o estudante Newton Assis.
O Discord possui atualmente mais de 150 milhões de usuários ativos por mês, 19 milhões de servidores ativos por semana e 4 bilhões de minutos de conversas diárias nos servidores, segundo o site oficial da empresa. Além disso, já arrecadou mais de 200 milhões de dólares de empresas de capital empreendedor do Vale do Silício.
Nos últimos anos, com suas funcionalidades e facilidade de uso, o Discord furou a bolha do universo gamer e tem se difundido entre diferentes públicos, para as mais diversas finalidades. “Eu fazia parte de um projeto de extensão do curso de Comunicação da Ufes, que é o Bandejão, na Rádio Universitária. E por conta da pandemia, tivemos que gravar os programas de casa. O Discord foi muito útil porque um desses seus bots fazia a gravação do áudio das chamadas, que iam virar os programas, e nos enviava um arquivo de MP4. Então facilitava a nossa vida nesse ambiente remoto”, acrescenta Newton.
Outra rede social que surgiu no meio gamer e acabou dominando diversas outras áreas foi a Twitch, fundada em 2011 e inicialmente focada em transmitir gameplays, pessoas jogando online e falando sobre esses jogos. Contudo, entre o início da pandemia e o fim do primeiro semestre de 2021, a Twitch cresceu em média 117% ao ano. Hoje, segundo a plataforma, o conteúdo fora do universo gamer quadruplicou em relação a três anos atrás, passando por música, culinária, viagens, esportes etc.
A Twitch possui uma média de 2,5 milhões de visualizações a qualquer momento, conta com a produção de conteúdo de oito milhões de streamers por mês, 31 milhões de visitas diárias e emprega cerca de 1.800 pessoas ao redor do mundo. Além disso, a rede teve 1,3 trilhão de minutos assistidos apenas no ano de 2021. As lives podem ter horas de duração e a plataforma possibilita que o criador de conteúdo ganhe dinheiro com seu canal de diferentes maneiras, como assinaturas ou venda de jogos por meio de links postados pelos streamers.
Um streamer fenômeno da Twitch no Brasil é Casimiro Miguel, que ficou famoso comentando com irreverência esportes e assuntos diversos. Sua live da pré-estreia do documentário “Neymar – O Caos Perfeito”, da Netflix, teve mais de 513 mil espectadores simultâneos em uma transmissão e bateu o recorde de live brasileira mais assistida. O sucesso é tanto que Casimiro foi contratado para transmitir jogos do Campeonato Carioca em suas lives.
A streamer capixaba Steph Vieira (steph, na Twitch), que fala de variedades, explica que o principal ponto de inovação da plataforma é a interação direta com o espectador. “Quando você está assistindo uma live, você tem a oportunidade de conversar em tempo real com o criador”, diz a streamer, que vê nisso um grande diferencial: “Quando a gente participa, a gente realmente se sente acolhido. É uma sensação de comunidade”, comenta. Segundo ela, a Twitch abre a possibilidade de criação de comunidades que funcionam como tribos, e cada streamer acaba criando a sua própria comunidade, que é “um reflexo desse criador”.
De acordo com a capixaba, que tem 20 mil seguidores, um ponto negativo da Twitch é que o repasse para o criador de conteúdo é muito pequeno, e streamers menores, que possuem poucas dezenas de espectadores, acabam não conseguindo se sustentar na plataforma. “O repasse financeiro é de 40% a 60%”, aponta.
Apesar disso, Steph, que estuda Publicidade e Propaganda na Ufes, afirma que mantém por meio do streaming uma renda que só conseguiria alcançar após anos de experiência trabalhando com a sua área de formação.
O também streamer capixaba Caio Rafalski (cRafalski na Twitch, onde fala de games) considera a possibilidade de formação da própria comunidade um ponto muito positivo da plataforma. Como ponto negativo, ele destaca a dificuldade de um crescimento natural, o que segundo ele também ocorre no YouTube e no Facebook, pois nenhuma dessas plataformas conta com boas ferramentas para o descobrimento de novos e pequenos streamers.
“A Twitch é a rede que apresenta a melhor perspectiva de crescimento, por estar bem estabelecida nesse nicho, pela facilidade de alcance internacional e por ter contratos bem estabelecidos para a monetização dos conteúdos”, considera Caio.
Sobre a disseminação dessa plataforma no Espírito Santo, o streamer explica que o ambiente da Twitch é muito amplo e a maioria dos produtores de conteúdo não diz de onde é. Apesar disso, ele confia que as plataformas de streaming como um todo são um meio de entretenimento crescente entre o público capixaba.
Tanto Caio quanto Steph são, além de produtores, consumidores de conteúdo na Twitch. “Eu me divirto muito assistindo. Essa sensação de estar participando de um evento é uma coisa muito diferente. Além disso, gosto de pegar referências de conteúdos completamente diferentes do que produzo. Isso me ajuda a não replicar mais do mesmo”, afirma Steph.
fonte: https://whitepaperdocs.com/2022/02/redes-sociais-voltadas-para-o-universo-gamer-se-expandem-e-ganham-o-mercado-digital/
Juliano Barros 25 C
Não obstante, as redes sociais gamers extintas, em comparação com as de agora, possuem o mesmo objetivo: oferecer uma plataforma para que jogadores possam receber notícias sobre games, aprender truques e estratégias e, claro, fazer amizades. Qual é o objetivo da rede social?
As redes sociais são plataformas onde as pessoas podem consumir conteúdo de outros gratuitamente, partilhar o seu próprio conteúdo e conectar-se com outras pessoas através de gostos, comentários e mensagens privadas. O objetivo primordial destas plataformas é, no fundo, conectar pessoas. Amo a Munity.. completona demais